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Romeu Tuma Júnior reage a tentativa de destituição no Corinthians

Romeu Tuma Júnior se defende de pedido de destituição no Corinthians, nega irregularidades e afirma estar apenas cumprindo o estatuto do clube.
Em mais um capítulo da crise institucional que agita o Corinthians, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, protocolou nesta terça-feira sua defesa ao Comitê de Ética após ser alvo de um pedido de destituição assinado por 75 conselheiros e 1817 sócios. Em entrevista ao Meu Timão, ele rebateu as acusações e classificou a iniciativa como irregular e sem respaldo no estatuto do clube.
“Estou aqui na verdade entregando a minha defesa em respeito ao Conselho e ao Comitê de Ética do Conselho Deliberativo e à instituição Corinthians. Eu acho um pedido descabido porque, na minha opinião, eu que conheço muito o estatuto do Corinthians, ele não tem previsão legal. Então você pedir suspensão, afastamento preventivo ou liminar de conselheiro, de presidente do Conselho, o estatuto é muito claro: não cabe isso, você tem que dar direito à ampla defesa. E aliás, aqui no clube estão reclamando que têm direito à ampla defesa, o devido processo legal, e é óbvio que também tem que ter esse direito”, afirmou Tuma, em sua sala no Parque São Jorge.
O pedido de destituição é sustentado pela acusação de que Tuma teria agido com parcialidade e contribuído para a crise interna no clube, especialmente ao permitir a tramitação do pedido de impeachment do presidente Augusto Melo. O dirigente, no entanto, negou qualquer desvio de conduta e reforçou sua postura legalista.
“Não tem nada mais fácil do que defender a instituição Corinthians e proteger o estatuto, pedir para que se cumpra o estatuto. Antes de ser presidente do Conselho, eleito pelos meus pares, os conselheiros do Corinthians, sempre fui oposição aqui, conselheiro que lutou muitas vezes para o estatuto ser respeitado. E eu não poderia, como presidente do Conselho, desrespeitar o estatuto ou permitir que alguém o desrespeitasse. Não acho que caiba suspensão liminar do presidente do Conselho sem julgamento e sem direito a se defender. Quais são as acusações que pesam contra mim? Por que eu faço cumprir o estatuto? Por que eu obedeço às regras do estatuto? Por que eu peço para as pessoas cumprirem o estatuto? É a minha obrigação legal e estatutária”, pontuou.
Antigo aliado de Augusto Melo, Tuma comentou a deterioração da relação entre ambos e disse estar sendo atacado por exercer seu papel de forma imparcial. “As pessoas precisam entender que eu não pedi impeachment do presidente Augusto. Eu sempre fui parceiro do presidente Augusto, nas eleições estivemos juntos. Agora, eu não posso, quando vem um pedido de impedimento do presidente ou dos vices eventualmente, fazer diferente do que deveria. No começo, a oposição falava que eu estava protegendo o presidente. Depois, quando começou a andar o processo e foi para julgamento, os partidários do presidente falaram que eu estava acelerando o processo. É natural que o juiz do caso, o presidente do tribunal, vamos dizer assim – é mais ou menos esse o meu papel – que ele seja atacado pelos dois lados. Isso quer dizer que ele está fazendo o certo”, analisou.
O presidente do Conselho também criticou o histórico de descumprimento do estatuto por parte de outras gestões no clube e disse que sua eleição teve como objetivo justamente romper com essa prática. “Porque as pessoas – e vocês que noticiam a vida do Corinthians no dia a dia são testemunhas – muitas vezes não se cumpre o estatuto no Corinthians. Aliás, é uma grande reclamação da nossa torcida e da nossa nação, que era quem reclamava. Eu virei presidente do Conselho justamente para isso: para cumprir o estatuto, doa a quem doer, até a mim, injustamente como estão fazendo agora, mas respeitando o estatuto, respeitando o Corinthians, respeitando os conselheiros. Vou apresentar a minha defesa, ainda que eu ache que seja arbitrário o que estão fazendo, que não tenha nenhum amparo jurídico, estatutário. Estou aqui me defendendo. Está tudo bem. É melhor a democracia sem justiça do que a ditadura. É muito melhor. Eu já falei algumas vezes que esse movimento talvez não seja contra mim, talvez seja contra os órgãos de fiscalização, talvez seja aquilo que as pessoas não querem: que sejam fiscalizados”, afirmou.
O processo de impeachment contra Augusto Melo, que motivou parte da tensão, segue sem data definida para votação. Em janeiro, a admissibilidade do processo foi aprovada, e recentemente a Justiça de São Paulo manteve a validade da sessão, rejeitando um recurso apresentado.
Sobre o seu próprio caso, Tuma esclareceu que a decisão está agora nas mãos da Comissão de Ética. “A decisão depende da Comissão de Ética do Conselho Deliberativo, que deve se reunir. Essa é uma questão que vocês precisam tratar com o vice-presidente do Conselho, que, pelo estatuto, é também o presidente da Comissão de Ética”, disse.
Por fim, Romeu Tuma Júnior revelou que está avaliando levar o caso para a esfera penal. “Quanto às consequências disso e às providências que eu possa tomar fora do clube, estou estudando com calma e serenidade. No momento oportuno, vocês saberão”, concluiu.
Bom dia, Fiel! ☀️🖤
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— Corinthians (@Corinthians) April 2, 2025
