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Romero denuncia homofobia no Dérbi e Palmeiras responde com nota oficial

Após gritos homofóbicos contra Romero no Dérbi, Palmeiras publica nota oficial repudiando as ofensas e reforçando seu compromisso contra a discriminação.
O clássico entre Corinthians e Palmeiras, disputado no último sábado pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, foi marcado por um episódio lamentável fora das quatro linhas. Durante o aquecimento do elenco alvinegro, o atacante Ángel Romero foi alvo de gritos homofóbicos por parte de torcedores palmeirenses, o que gerou revolta e uma cobrança direta do jogador à presidente do clube rival, Leila Pereira.
Romero, que iniciou o clássico no banco e depois assumiu a braçadeira de capitão na segunda etapa, respondeu aos insultos provocando os rivais com um gesto simbólico: ergueu os braços simulando a celebração do título do Campeonato Paulista conquistado recentemente pelo Corinthians sobre o próprio Palmeiras.
Após a partida, o paraguaio falou sobre os episódios de discriminação que enfrenta desde que chegou ao futebol brasileiro. Ele lamentou a reincidência de casos de preconceito e afirmou que a impunidade contribui para a continuidade dessas atitudes. “Todo mundo viu o que aconteceu hoje. Mas não vai acontecer nada. Se fosse na Arena, já sabemos o que ia acontecer. Falei na rádio do Paraguai que convivo com todos os tipos de discriminação todos os dias. Falei que o Brasil é um país racista, só que a maioria das pessoas não quer aceitar isso”, declarou Romero na zona mista.
Diante da repercussão, o Palmeiras emitiu uma nota oficial neste domingo repudiando os gritos homofóbicos. No comunicado, o clube reafirmou seu compromisso com campanhas de combate à homofobia e destacou sua atuação em outros casos de discriminação, como o episódio de racismo envolvendo um torcedor do Cerro Porteño. O clube também defendeu a responsabilização dos envolvidos, embora tenha admitido a dificuldade em identificar individualmente os autores dos insultos.
O caso reacende o debate sobre a persistência de atitudes preconceituosas nos estádios brasileiros e a necessidade de medidas mais eficazes por parte das entidades responsáveis e dos próprios clubes. Até o momento, não houve manifestação oficial por parte da CBF ou do STJD sobre possíveis sanções.
