Julio Casares reforça plano de reestruturação financeira com Fidc no São Paulo e admite que clube avalia possibilidade de se tornar SAF no futuro.
O presidente do São Paulo, Julio Casares, voltou a destacar a prioridade da gestão para os próximos anos: a reestruturação financeira do clube. Em entrevista à revista *The Winner*, o mandatário ressaltou a importância do Fidc (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios), recém-criado em parceria com as gestoras Galápagos Capital e Outfield, como pilar central desse processo.
Com o objetivo de captar R$ 240 milhões, o fundo será destinado ao pagamento de dívidas bancárias e à melhoria do capital de giro do Tricolor. Segundo Casares, o projeto depende do engajamento coletivo de todos os setores do clube e impõe limitações, especialmente na contratação de reforços, já que o São Paulo precisa cumprir rigorosamente os chamados *covenants*, acordos que norteiam o uso dos recursos captados.
O dirigente afirmou que esse novo momento exige responsabilidade administrativa e visão de longo prazo. Para ele, o fundo representa um compromisso institucional, que deve ultrapassar gestões e manter o clube em rota de estabilidade financeira.
Além do Fidc, Julio Casares também comentou sobre a possibilidade de o São Paulo se tornar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Embora não tenha confirmado uma mudança iminente, o presidente admitiu que o clube acompanha com atenção os movimentos do mercado e reconhece os potenciais benefícios e riscos do modelo.
Segundo ele, o São Paulo não pretende ser o primeiro nem o último a aderir à SAF no Brasil, mas o tema será tratado com seriedade e estudo. Casares frisou que nem o modelo associativo nem a SAF são garantias absolutas de sucesso ou fracasso, e que cada projeto depende de sua gestão, planejamento e execução.
Reeleito no fim de 2023 para um novo triênio, o presidente fez uma analogia entre sua gestão e uma partida de futebol. No “primeiro tempo”, entre 2021 e 2023, o foco foi resgatar a competitividade esportiva e reconquistar o torcedor, com dois títulos e presença em quatro finais. Agora, no “segundo tempo”, o objetivo é consolidar um legado administrativo e financeiro que permita ao clube sustentar seu crescimento nos próximos anos.