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Ex-chefe de TI denuncia cambismo no Corinthians e irregularidades do Fiel Torcedor

Ex-chefe de TI denuncia cambismo no Corinthians e problemas na gestão do Fiel Torcedor
Desde 2024, torcedores do Corinthians relatam dificuldades para adquirir ingressos na Neo Química Arena. Cambistas, influenciadores e até sósias têm comercializado entradas ilegalmente, e os bilhetes para a final do Paulistão já aparecem em grupos de WhatsApp por valores entre R$ 600 e R$ 1.500.
Segundo o ge.globo, os cambistas recebem ingressos de três fontes: sócios-torcedores, conselheiros e contas do próprio clube. Como não há reconhecimento facial, sócios podem comprar entradas e revendê-las. Conselheiros recebem um ingresso e podem adquirir outros quatro com desconto.
O ex-jogador Biro Biro, conselheiro do clube, teve uma entrada rastreada pela reportagem do ge.globo, mas negou envolvimento com cambismo. Enquanto isso, Marcelo Munhoes, ex-chefe de tecnologia do Corinthians, denunciou o aumento na distribuição desses ingressos desde 2024.
“Certas pontuações do Fiel Torcedor antes garantiam ingresso, mas agora não conseguem mais. Isso ocorre porque menos bilhetes estão sendo destinados ao programa”, afirmou Munhoes.
Ele revelou que o login do departamento de Marketing passou de 60 para 400 ingressos reservados por jogo, comprometendo a disponibilidade para os torcedores comuns.
Investigação e medidas do clube
Diante das denúncias, a Polícia Civil abriu um inquérito e o Conselho Deliberativo do Corinthians também iniciou uma investigação. O clube afirma monitorar redes sociais para coibir o cambismo e defende que a solução está na implementação do reconhecimento facial, prevista para junho.
Porém, Munhoes acusou a diretoria de postergar o projeto e revelou que, após fechar contrato com a Ligatech para administrar a tecnologia, foi demitido. “No dia seguinte ao anúncio, cancelaram a entrega dos equipamentos”, disse.
Controvérsias na licitação do Fiel Torcedor
Uma das promessas da gestão de Augusto Melo era a melhoria do programa Fiel Torcedor. Em 2024, uma licitação foi aberta e a empresa Imply obteve a melhor nota, mas a Ticket Hub era a favorita do presidente, mesmo não sendo aprovada pelo compliance do clube.
Munhoes alertou para os altos custos da Ticket Hub e apontou que ela tem histórico problemático no mercado. Apesar das advertências, a negociação continuou, levantando suspeitas sobre favorecimento na escolha da empresa.
Irregularidades no camarote Fielzone
Outra denúncia envolve o camarote Fielzone. Em 2024, o número de ingressos do setor Oeste destinados ao espaço subiu de 300 para 1.000, reduzindo a oferta ao Fiel Torcedor. Munhoes revelou que a empresa responsável pelo camarote deve R$ 2 milhões ao Corinthians.
O CEO da Soccer Hospitality, empresa que administra o Fielzone, afirmou que os pagamentos estão sendo regularizados e que a parceria com o clube segue forte. O Corinthians, por sua vez, afirmou que avalia ajustes contratuais após o Paulistão.
