Campeonato Carioca
Da glória à crise: Botafogo faz pior Carioca da história após ano mágico em 2024

A queda vertiginosa do Botafogo atingiu neste domingo (24) um ponto crítico e inédito na história do clube: o atual campeão brasileiro e da Libertadores foi eliminado precocemente do Campeonato Carioca, ficando fora não só das semifinais, mas também da Taça Rio, torneio de consolação destinado às equipes intermediárias. A derrota para o Vasco resultou numa desastrosa nona colocação, algo nunca visto desde a criação do atual formato do estadual, há cinco edições.
O Botafogo há tempos enfrenta dificuldades no Carioca. Foi bicampeão da “famigerada Taça Rio, concebida inicialmente para dar oportunidades de título aos clubes de menor investimento do estado, e não chega a uma final desde 2018, ano do último título”. Porém, neste ano, a situação foi ainda pior: pela primeira vez na história recente, um dos quatro grandes não disputará sequer a Taça Rio. Desde 2021, o Alvinegro só havia atingido uma semifinal estadual uma única vez.
Sem comando, sem ataque e em crise profunda
A crise botafoguense começou a se desenhar ainda no fim da temporada passada, com a saída do técnico Artur Jorge, campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2024. O treinador português já havia manifestado publicamente “sua insatisfação com o tratamento dado por John Textor e a diretoria em meio às conversas por uma possível renovação”, optando por aceitar uma proposta milionária do Catar.
Mesmo com tempo disponível, a diretoria alvinegra falhou repetidamente na busca por um substituto, tentando desde nomes emergentes como André Jardine e Vasco Matos até treinadores renomados, incluindo Tite, Tata Martino, Rafa Benítez e Roberto Mancini. Diante do fracasso nas negociações, restou uma solução emergencial: “resgatar Claudio Caçapa como interno”.
Além da falta de comando técnico, outro fator fundamental para o declínio foi o desmanche do elenco. O Botafogo viu partir jogadores essenciais como Luiz Henrique, Júnior Santos, Thiago Almada e Tiquinho Soares, este último uma referência histórica do clube. Sem esses nomes, o ataque do time se tornou irreconhecível. Neste Carioca, contra equipes menores, o Alvinegro anotou apenas “11 gols em 11 jogos. Nunca na história o Alvinegro marcou tão poucos gols no Carioca”, com média que é a pior desde 1987.
Agora, o Botafogo volta as atenções para a Recopa Sul-Americana, onde terá a difícil missão de reverter uma desvantagem de dois gols para tentar levantar mais um troféu. Mas, como alerta a reportagem original, “para quem não acredita que a situação pode piorar, vale para o Alvinegro olhar com atenção para o rival Fluminense, campeão da Libertadores em 2023 e quase rebaixado no Brasileirão no ano seguinte. O momento para reagir é agora.
