Conselho Deliberativo do Corinthians reprova contas de 2024 e presidente pode enfrentar novo impeachment

Conselho Deliberativo do Corinthians reprova contas de 2024 e presidente Augusto Melo pode ser afastado por gestão temerária, segundo avaliação de órgãos internos.

O Corinthians vive um momento de extrema turbulência política e administrativa. Na noite desta segunda-feira, o Conselho Deliberativo do clube reprovou oficialmente as contas referentes ao exercício de 2024, acatando as recomendações do Conselho de Orientação (Cori) e do Conselho Fiscal. Além da rejeição do balanço, os órgãos internos sugeriram o afastamento do presidente Augusto Melo por prática de gestão temerária, o que pode culminar em um novo processo de impeachment contra o mandatário alvinegro.

A votação no Conselho Deliberativo contou com 130 votos contrários à aprovação das contas, 73 favoráveis e seis abstenções. O Conselho Fiscal já havia se posicionado por unanimidade, com três votos a zero pela reprovação. O Cori também foi quase unânime: 16 votos pela rejeição e apenas um a favor. A principal alegação para a decisão foi a falta de transparência e o agravamento da crise financeira do clube, que apresentou um aumento de R$ 829 milhões em sua dívida, saltando de R$ 1,671 bilhão em 2023 para R$ 2,5 bilhões em 2024.

O cenário se torna ainda mais preocupante diante das denúncias de documentos não apresentados integralmente, como faturas de cartões de crédito e detalhes contratuais relacionados à contratação do atacante Memphis Depay. Acordos com prestadores de serviços também não foram esclarecidos de forma satisfatória, mesmo após diversas solicitações formais dos conselheiros. Esses elementos levantaram fortes suspeitas sobre a condução administrativa do presidente, que agora pode ser alvo de novas investigações internas e de um processo político com potencial para culminar em sua saída do cargo.

As acusações de gestão temerária ganham força à medida que se acumulam indícios de desorganização e decisões controversas na administração do clube. A possibilidade de impeachment volta ao centro das discussões entre os membros do Conselho, que enxergam no afastamento de Augusto Melo uma medida urgente para frear o colapso financeiro e institucional do Corinthians.

Nos bastidores, cresce a pressão por mudanças estruturais profundas na diretoria e na governança do clube, já que a reprovação das contas é apenas o reflexo mais visível de uma gestão que, segundo os órgãos internos, compromete o presente e o futuro do Timão.