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Conmebol oficializa reunião sobre racismo após casos em torneios sul-americanos

Palmeiras x Cerro Porteno
Foto: Fabio Menotti/ Palmeiras

Conmebol anuncia reunião com federações e embaixadores para discutir casos recentes de racismo no futebol sul-americano, após polêmica envolvendo jogadores do Palmeiras na Libertadores Sub-20.

Diante da crescente pressão e da repercussão negativa em torno dos casos de racismo registrados nas competições continentais, a Conmebol anunciou oficialmente que realizará uma reunião na próxima quinta-feira para tratar do tema. O encontro ocorrerá na sede da entidade, com a presença de embaixadores dos países membros e representantes das federações nacionais associadas.

Segundo nota publicada pela organização, o objetivo é “abordar e debater as últimas manifestações de racismo, discriminação e violência que afetam o futebol sul-americano”. A entidade promete promover um espaço de troca de experiências e opiniões em busca de soluções concretas para um problema que tem ganhado destaque na mídia e provocado reações contundentes por parte de clubes e dirigentes.

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, já havia sinalizado sua intenção de convocar o encontro durante seu discurso na cerimônia de sorteio da Libertadores e da Copa Sul-Americana, realizado na última segunda-feira. No entanto, o mandatário também se envolveu em uma nova polêmica ao utilizar uma infeliz analogia ao afirmar que uma Libertadores sem clubes brasileiros seria como “um Tarzan sem a Chita”, referência considerada inadequada em um contexto sensível como o da luta contra o racismo.

A reunião foi motivada, entre outros fatores, pelo episódio ocorrido no Paraguai durante uma partida da Libertadores Sub-20. Na ocasião, os jogadores Luighi e Figueiredo, do Palmeiras, foram alvos de ofensas racistas por parte da torcida do Cerro Porteño. Figueiredo presenciou um torcedor, com uma criança no colo, imitar gestos de macaco enquanto ele deixava o campo. Já Luighi sofreu insultos verbais e chegou a ser alvo de cusparadas.

O caso reacendeu o debate sobre a postura da Conmebol diante de atos discriminatórios. A ausência de medidas punitivas imediatas gerou críticas, especialmente no Brasil. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, decidiu boicotar o sorteio da Libertadores como forma de protesto, o que provocou reações contrárias, como as críticas do ex-presidente do Nacional, Eduardo Ache.

A expectativa é de que o encontro possa resultar em medidas mais concretas para coibir o racismo nos estádios e punir com rigor os responsáveis. Até o momento, a Conmebol tem sido amplamente cobrada por ações efetivas e transparentes diante de uma pauta que exige urgência e comprometimento de toda a comunidade esportiva.